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Basta parecer ser rico?

  • Foto do escritor: Mirella Matos
    Mirella Matos
  • 15 de jul.
  • 3 min de leitura

Uma narrativa simplista circula nas redes — e convence. Ela diz que, para vender mais, você precisa parecer que já tem muito. Que símbolos de poder, como roupas caras e relógios de luxo, são a chave para cobrar alto e ser respeitado. O que dizem? Use um Rolex e, em silêncio, o mercado vai reconhecer o seu valor. A imagem certa vende. A errada te desvaloriza.

 

Mas será que é mesmo assim? Será que parecer rico é o mesmo que ser competente? Será que fingir autoridade por meio de símbolos de status não é, em algum nível, dissimular?

E mais: se a imagem é o critério absoluto, onde ficam os profissionais éticos, preparados, profundos — mas que não podem, não querem ou simplesmente não precisam usar um Rolex no pulso?

 

Essas perguntas me atravessaram depois de ler uma newsletter de uma figura influente nas redes intitulada " O Guia da Autoridade". O texto defendia que o relógio no seu braço pode ser o motivo pelo qual um cliente topa (ou não) pagar cinco dígitos pelos seus serviços. E embora eu compreenda a importância da imagem na construção de valor, a forma como essa narrativa foi colocada me incomodou profundamente.

 

Porque quando a imagem é usada como disfarce, e não como expressão, algo se rompe.

 

 

É eficaz usar a imagem como atalho?

 

 

Sim, a imagem comunica. Antes da fala, há o olhar. E é verdade que somos avaliados o tempo todo por símbolos visuais: o corte do cabelo, o jeito de andar, o que vestimos, até o relógio que usamos.

 

Mas imagem não é sobre parecer algo que você não é. É sobre traduzir, com intenção e integridade, aquilo que você verdadeiramente é.

 

Quando você veste um símbolo apenas para parecer digno de um preço alto — sem que isso tenha verdade ou coerência com a sua história — a imagem deixa de comunicar valor e começa a comunicar esforço. Esforço para caber, para provar, para convencer.

 

E aí a confiança não cresce — ela escapa.

 

 

O valor não está no acessório, está na coerência

 

 

Dizer que um Casio de R$150 pode derrubar sua autoridade é ignorar que o valor percebido não está no objeto em si, mas na força de quem o carrega. É a sua postura, sua clareza, sua energia e consistência que sustentam sua imagem.

 

Warren Buffett pode usar um Rolex. Mas ele não precisa dele para provar nada. O relógio é consequência — não ferramenta. Ele já é autoridade com ou sem o símbolo.

 

A verdadeira comunicação de valor começa quando imagem e identidade estão em harmonia. Quando o que se vê no espelho não é um figurino, mas uma presença viva. Quando a roupa, os acessórios e os gestos são apenas extensões da sua verdade.

 

 

Imagem é ponte, não performance

 

 

Transformar a imagem em uma fórmula do tipo “vista isso e cobre aquilo” é perigoso — porque nos empurra para a superfície. A moda, quando usada assim, deixa de ser linguagem e vira teatro. E ninguém sustenta um personagem por muito tempo.

 

A boa imagem não é a que imita um modelo de sucesso. É a que constrói uma narrativa própria.

 

Então, sim: postura importa. Coerência importa. Mas mais que isso, importa o quanto você habita sua própria imagem com presença, intenção e verdade. Porque é isso que faz o cliente confiar. E confiança vende mais que qualquer marca.

 

 

Em vez de parecer caro, pareça você. Com verdade.

 

 

A escolha de um acessório, a marca do seu relógio, o corte do seu blazer — tudo isso comunica. Mas não precisa ser estratégia de camuflagem. Seu valor não nasce de um detalhe que você compra, mas de uma presença que você constrói.

 

Imagem não é disfarce. É expressão de quem é.

E quando ela é sustentada por autenticidade, ela não apenas comunica — ela convence.



Essa reflexão não é apenas uma crítica a discursos rasos sobre imagem. É também um convite.

Um convite para revisitar o modo como você se apresenta ao mundo. Para trocar o figurino da performance pela força da presença. Para deixar de se moldar ao que "vende" e começar a vestir aquilo que verdadeiramente representa quem você é.


A imagem pode ser um instrumento de conexão profunda, autoestima e autenticidade - quando construída de dentro pra fora. É nesse caminho que estou trilhando uma nova proposta de trabalho.


Em breve, meus atendimentos passarão por uma transição. Um novo método, mais profundo, mais sensível e mais alinhado com o que acredito: que vestir-se é, antes de tudo, um gesto de autoconhecimento e coragem.


Se você também sente que é hora de abandonar os moldes e expressar a sua imagem com verdade, eu te convido a continuar por aqui.

O novo começa em breve. E ele começa de dentro.

 

 

 


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