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Quando a elegância exclui, ela ainda é elegante?

  • Foto do escritor: Mirella Matos
    Mirella Matos
  • 1 de jul.
  • 1 min de leitura

Já parou pra pensar em como certas regras de “elegância” simplesmente aparecem na nossa vida como se fossem verdades absolutas?


“É deselegante usar Apple Watch.”

“Estampa demais é brega.”

“Crocs? Jamais.”


Mas… quem disse?


Quem decidiu que elegância tem que caber num molde tão apertado?


Essas afirmações, repetidas com tanta certeza, nem sempre vêm de um lugar de escuta. Muitas vezes, refletem apenas uma percepção pessoal — uma visão de mundo limitada por um repertório que não deu conta de enxergar a pluralidade das pessoas, dos estilos, das culturas.


E aí mora uma contradição silenciosa: como é que se fala tanto em imagem como expressão única, mas se impõem regras que anulam justamente essa individualidade?


É preciso coragem pra questionar.

É preciso sensibilidade pra perceber que o que funciona para um, pode ser exatamente o oposto do que faz sentido para outro.


Mais do que seguir uma cartilha do que pode ou não pode, talvez seja hora de abrir espaço para conversas mais profundas. De trocar o “isso é certo” por “isso faz sentido pra você?”. De entender que estilo é construção, é identidade, é escolha — não um padrão a ser copiado.


Repertório é o que nos salva da rigidez.

Quando ampliamos o olhar, quando mergulhamos na cultura, nas histórias, nas referências que formam cada pessoa, entendemos que moda não é sobre impor.

É sobre traduzir.


Traduzir o espírito do tempo, o comportamento coletivo, os desejos que mudam com as fases da vida.

Traduzir o que pulsa por dentro — e se revela no que escolhemos vestir por fora.


Talvez a verdadeira elegância esteja nisso:

Em respeitar.

Em escutar.

Em permitir.


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