O ciclo vicioso do consumo: da euforia ao arrependimento
- Mirella Matos

- 3 de abr.
- 2 min de leitura
Comprar traz uma sensação instantânea de prazer. Aquela peça nova, aquele desconto imperdível, aquele item que parecia resolver todos os seus problemas de estilo. No momento da compra, a dopamina — o neurotransmissor do prazer — entra em ação e faz com que tudo pareça valer a pena. É um pequeno high emocional, um pico de satisfação.
Mas o que acontece depois?
Muitas vezes, logo após o momento de euforia, vem o vale do arrependimento. A peça não combina tanto com o que você já tem, o tecido não é tão bom quanto parecia, a compra foi impulsiva. E o pior: a conta do cartão de crédito chega, lembrando que aquele prazer momentâneo teve um preço real. O que antes parecia uma conquista agora pesa como um erro.
O consumo desenfreado segue um padrão: desejo, excitação, compra, arrependimento. Ele se repete porque o prazer da compra é instantâneo, enquanto a insatisfação demora a se manifestar. A indústria da moda e do varejo entende esse mecanismo e o incentiva: promoções-relâmpago, marketing agressivo, mensagens que dizem “você merece”, “é agora ou nunca”, “últimas unidades!”. Tudo para que a decisão de compra aconteça antes que você tenha tempo de refletir.
O problema não está em comprar, mas em comprar sem propósito. Um guarda-roupa cheio de peças que não fazem sentido é reflexo de um consumo sem consciência. E, no fim, ele reforça a sensação de vazio, porque a satisfação momentânea não se traduz em realização duradoura.
Antes de passar o cartão, vale se perguntar:
✔️ Eu realmente preciso disso?
✔️ Essa peça representa meu estilo e meu dia a dia?
✔️ Ou estou comprando só pela emoção do momento?
Consumir com intenção é o caminho para um guarda-roupa que faz sentido — e, mais do que isso, para um consumo que alimenta sua vida, não suas frustrações.






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